quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Não desista

A perseverança e a constância sempre fizeram parte daqueles que traçaram grandes objetivos para Deus. Mesmo tendo que enfrentar o desânimo e muitas vezes o lodo da incerteza, seguiram até o fim, sem desistir. O exemplo do paralítico que estava à beira do tanque de Betesda é clássico (João 5.1-8). Um homem inválido e desenganado à 38 anos, mas que permaneceu ali, até Jesus encontrá-lo e restaurar sua sorte. Anos e anos se passaram, mas ele continuou seguro em seu alvo.

Não desista, continue, levante a cabeça, creia que Jesus sempre tem a última palavra e nunca nos deixa só. Se alguma coisa der errado, pode ter certeza que Ele lhe dará forças para começar tudo novamente. Já disse Ted W. Engstron: “A maior satisfação vem de perseguir o alvo, e não simplesmente de alcançá-lo”.

Paz seja convosco!

André Santos

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Choro que Deus ouve

Pela segunda vez Hagar sai da casa de Abraão de forma conturbada. Na primeira vez que isso aconteceu, ela ainda estava com seu filho Ismael no ventre, fruto das manipulações de Sara e Abraão para gerar um filho que fosse, o filho da promessa. Porém, Deus visitou Hagar no deserto, a consolou e ordenou que Hagar voltasse para casa de sua senhora e se submetesse a ela (Gêneses 16.1-15).

Na segunda partida de Hagar (Gêneses 21.1ss), Deus não dá a mesma ordem, afinal, ela agora foi jogada para fora, e, continua errante no seu caminho, só que dessa vez ela não está com seu filho no ventre, mas ele já nascera, é um menino, ele está com idade entre 11 a 13 anos, e, ambos estão em uma estrada escusa, cheia de perigos, armadilhas e incertezas. Hagar desiste da vida, a única água que lhe restara findou-se, deixa o seu filho distante para não ver o fruto do seu ventre morrer sem nada poder fazer. Então Hagar chora.

Mas um fato ocorre nesse drama que não passa desapercebido, o menino também chora, brada com desespero, o medo do oculto faz a criança derramar as lágrimas da alma. A Bíblia Sagrada chama atenção para algo que ocorre na seqüência, dizendo: “Deus ouviu o choro do menino” (Gêneses 21.17).

O choro do menino é algo que se destaca, não pelo fato de uma criança estar apenas chorando, mas pelo fato do choro da criança não ter nada a ver com os choros dos adultos, ou quase nada. Vez por outra, os nossos choros são carregados de amargura, autocomiseração, mácula, justiça própria. Choros que são mais marcados pela ira do que pelo quebrantamento ou pelo clamor legítimo da alma sedenta.

Hagar certamente tinha seus motivos para ter saído da casa de Abraão, tendo em vista que sua senhora a maltratava e agora ela tinha um filho para cuidar e criar. Mas além da criança, Hagar está envolvida em um jogo de disputa, poder, paixão, herança, é um jogo de emoções afloradas, luta por conquista de um espaço que talvez nunca lhe pertenceu. É o jogo que gostamos de chamar de vida, porque a fazemos assim.

Hagar sai com seu filho, sem ter um destino certo, virou andante no deserto de Berseba. Sabe-se apenas que ela estava em desespero, foi expulsa pela sua senhora, precisa ir, mas sem saber para onde. Mãe e filho choram, choram porque na estrada da vida, ninguém é poupado das lágrimas, sejam elas justas aos nossos próprios olhos ou não. Mas a verdade linda por trás da trama é que “Deus ouviu o choro do menino”.

O choro do menino é o choro da sinceridade, é o choro de quem precisa de colo, de ajuda, é o choro do desejo de amparo, é o choro da nossa criança interior, clamando pelas necessidades reais da alma, do coração. O choro do menino representa o choro das necessidades verdadeiras, assim como cada um de nós quando choramos com o coração “rasgado” diante de Deus.

O choro de Ismael não está ligado ao sentimento ressentido pela vingança mal sucedida ou pela perca de poder, o choro dele não está atrelado ao grito daquele que chora com ira, mas sim do interior verdadeiro de cada um de nós que clama, Aba!

Ainda que canalizemos todas as nossas energias em coisas sem sentido real para a vida, o choro que está em nós é o choro do coração que precisa ser preenchido pelo amor do Deus misericordioso que não desampara os que têm um coração quebrantado e contrito (Salmo 51.17).
Quem tem um coração camuflado pelas fantasias da cosmovisão desse mundo, cheio de vaidades, disputa de poder e espaço, e não consegue se assumir como pessoa, viverá a vida com seus choros abafados pelo egoísmo e sem ter nenhum consolo.

O meu convite é para que deixemos a nossa alma chorar o choro verdadeiro, identificando que necessitamos mais e mais de Deus e não das coisas que supomos precisar. Permita que a criança interior se derrame diante do Pai dizendo: Aba, Pai!

Nele, somente Nele, somos acolhidos com amor e proteção, Ele e só Ele, é Aquele que disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus” (Mateus 18.3), Ele pode ouvir o choro secreto de nossa alma carente e sedenta.

Paz seja convosco!
André Santos

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Milagre das Mãos Vazias

Dar um sorriso,
quando em nós só há trevas.

Dar amor, quando o próprio amor foi desenganado.

Dar apoio e segurança, quando se está sofrendo a pior das solidões.

Dar conforto, quando se está desconsolado.

Dar ânimo e coragem, quando se tem vontade de abandonar tudo.

Matar a sede dos outros, quando em si há desertos.

Ser chama, quando em si não há fogo.

Ser luz, quando em si há trevas.

Ser tudo para todos, quando não se é nada para si mesmo.

Ajudar a todos, mesmo sem nunca ter recebido um obrigado.

Olhar com amor, mesmo sendo visto com desdém e indiferença.

Amar a todos, mesmo sem ser amado por ninguém.

Proporcionar alegria, mesmo quando se está imerso em mares de tristezas, de dor, de lágrimas.

Isto é o milagre das mãos vazias!


Autor: Padre Juca

Recebi esse texto da minha esposa na época que ainda éramos apenas namorados. Ela disse com um olhar meigo, que via isso na vida daqueles que foram chamados para servir a Jesus em meio a tantas dificuldades que a vida nos impõem. E posso perceber a cada dia que isso é verdadeiro na prática.

Paz seja convosco!
André Santos