quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O tempo...ah o tempo...

Às vezes por falta de discernimento do tempo a gente leva alguns golpes que não esperava. Larry Crab já disse que na verdade, não são as pessoas ou as circunstâncias que nos frustram, nós é que nos frustramos com as nossas expectativas equivocadas que criamos.

Vivemos em um mundo onde as pessoas são valorizadas pelo que tem e não pelo que são. Sinceridade, honestidade e retidão, em uma sociedade como a nossa, são virtudes descartáveis. Quando se valoriza mais os bens de consumo do que pessoas, a sociedade desemboca em processos de barganhas, um sistema opressor que se aproveita dos fragilizados e humilha o abatido.

Fomos ensinados a nos aproximar das pessoas apenas se elas tem algo a nos oferecer. Ninguém quer se aproximar dos marginalizados ou dos excluídos porque eles não tem nada que aparentemente lhe possa oferecer.

O ministério e a vida de Jesus se diferencia exatamente nisso. Jesus de Nazaré procurou viver ao lado de homens e mulheres que pouco tinham para oferecer, ainda mais em uma sociedade caracterizada pelo poder como era a dele. Jesus discerniu o seu tempo, agiu na hora certa, viveu o ministério de forma intensa. Abraçou o desprezado e solitário. Sabia as horas em que devia entrar ou sair, discernia o momento de ir a uma cidade ou se retirar dela. Ele nunca chegou atrasado, ele sabia a hora de deveria chegar.

Estou lutando, insistindo, mas estou aprendendo a não bater em portas que estão fechadas. Estou andando por caminhos novos, a minha mente divaga por caminhos desconhecidos, mas sem pressa de chegar. Estabeleci um novo ritmo, vou passo a passo, procurando seguir o exemplo de Paulo que disse: “...não penso que eu mesmo já o tenho alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para que estão adiante de mim, prossigo para o alvo...”. Procurando discernir o tempo.

Aprendo com o texto excelente de Eclesiastes que afirma:



Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu:
Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar
tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras
e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar
e tempo de jogar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz (Ec 3.1-8).


Vou hesitando, mas vou aprendendo.

Paz seja convosco!
André Santos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um cristão...

Um cristão não se reconhece pelos grandes discursos, mas pelas atitudes.

Um cristão se reconhece não pelo tanto de línguas estranhas que ele fala, mas pelas palavras comedidas, sendo pronto para ouvir e tardio para falar.

Um cristão não se reconhece pela quantidade de versículos que sabe recitar, mas se o Evangelho está produzindo frutos de justiça em sua vida.

Um cristão não se reconhece pela sua fama ou sucesso, mas se ele realmente mostra-se parecido com Jesus.

Um cristão não se reconhece pela desenvoltura nos púlpitos das igrejas, mas sim em ser uma nova criatura.

Um cristão não se reconhece pela habilidade musical, mas sim na sensibilidade de saber que Deus está no ambiente de culto.
Um cristão não se reconhece pelas cicatrizes que a vida lhe produz, mas se conhece pelas marcas de Cristo em sua vida, em seu caráter, em seus valores.

Um cristão não se reconhece pelo conteúdo informativo de seu sermão, mas sim no conteúdo aplicado na própria vida.

Um cristão não se reconhece pelo saber confabular sobre as grandes tragédias da vida, mas sim se este está fazendo alguma coisa para assistir aqueles que estão perecendo em meio a elas.

Ser cristão é ter Cristo em nós, como a esperança da glória.

Paz seja convosco!
André Santos

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ainda podemos sonhar


Jesus entra na história em um período de caos. Os sistemas haviam falhado. A religião que se auto intitulava detentora da voz de Deus estava sufocada pela hipocrisia ensimesmada. Os ideais messiânicos dos judeus eram frágeis, aguardavam um libertador de forças opressoras com armas humanas.

Os gregos buscavam alguém que lhes garantissem a verdade absoluta, alguém que como os seus filósofos lhes desse alguns vislumbres de iluminação. Muitas palavras haviam escritas, mas afinal, o que era verdade dentro do jogo de idéias lançadas sobre todos?

Os romanos, conquistadores e dominadores daquele tempo buscavam um governo tão excelente que tinham a expectativa do homem perfeito para os governar e ditar os rumos das suas glórias sem jamais perder o poder.

Jesus entra na história em um tempo onde os pobres, marginalizados, leprosos, prostitutas, pecadores, são vistos como escória, pessoas que devem ser eliminadas. Não são bem vindos nos banquetes, são privados das festas religiosas e os que ainda podiam se aproximar, eram explorados sem piedade.

Todos suspiravam por esperança, uma esperança libertadora, engajada de valores mais nobres, uma esperança que pudesse tirar a ilusão esquematizada pela religião. Alguém em quem pudessem confiar, sem meias verdades, não mais pensamentos de sábios, mas a Verdade.

A necessidade era de alguém que lhes assegurasse um futuro de um reino onde não tivesse fim, onde os homens pudessem viver em paz, sobre o governo absoluto de um Senhor não déspota, mas um Senhor que governasse pela lei mais poderosa do universo, a lei do amor.

Jesus entra na história e dentro de uma sinagoga em Nazaré ele lê o que está escrito no profeta Isaías, que diz:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4.18-19).

A esperança volta, os pobres, os marginalizados, as prostitutas, os leprosos, os pecadores podem cantar, se alegrar, os povos todos reunidos em uma só voz, podem regozijar, Jesus entrou na história e oferece o que há de mais triunfante para a vida humana. Chegou-se a boa notícia de Deus para todos nós, os presos podem celebrar, pois lhes é proposto a liberdade para amar, sonhar, viver sem amarras, os cegos poderão ver o que há de mais precioso, o Reino de Deus entre os homens, os oprimidos, não precisam viver mais debaixo de sistemas opressores que os dissimulam, é chegado o ano da graça, todos recebem o favor que não merecem, Jesus está na nossa história!

Feliz 2010, Jesus está ai todos os dias oferecendo tudo isso a todos os que desejam a tão grande salvação. Celebre com alegria mais um ano! Ainda podemos sonhar.

Paz seja convosco!

André Santos