sábado, 30 de outubro de 2010

Identificando uma igreja sadia em meio aos escombros

Uma das grandes dificuldades de nossos dias não tem sido a de encontrar uma igreja. Diga-se de passagem que nas grandes metrópoles brasileiras, em cada esquina, podemos encontrar uma igreja e na maioria das vezes a “gosto do cliente”.

A nossa grande dificuldade tem sido de encontrar uma igreja sadia, uma igreja que esteja engajada na luta pelo Evangelho de Cristo, na busca constante pelo Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.10,33).

Estamos em meio a tantas elucubrações humanas, vozes se dizendo representantes dos cristãos. Há muita confusão em torno do nome Igreja, tentando assim, desfigurar, dar outro tom a Igreja de Cristo. Isso tudo só tem gerado na sociedade o descrédito no lugar de trazer elucidação. Doutrinas falsas, crendices, superstições e embustes que causam um sentimento de tristeza, dor e lamento.

Há muitos escombros que precisam ser removidos para encontrarmos a Igreja com suas virtudes cristocêntricas. Uma igreja que milita a causa com autenticidade, galhardia, clareza de não se render em troca do pragmatismo circunstancial do mercado. Uma igreja que não se venda e nem negocie princípios em tempos de eleições.

Creio ser possível encontrar uma Igreja sadia em nossos dias. Existem pessoas que continuam alicerçados na Rocha que é Cristo e tendo como bandeira a mensagem do Evangelho. Mas como identificar uma igreja em tempos assim?

Gostarias de compartilhar alguns vislumbres que possam nos ajudar a identificar uma igreja, mesmo em meio aos escombros da atualidade.
1.º A valorização do Sacrifício de Jesus. É necessário observar se a igreja está focada e outorga o verdadeiro valor para o sacrifício que Jesus fez por nós na Cruz. Que lugar ocupa essa menagem? Com o pensamento humanista introduzido na igreja, o homem passou a ser o centro, mas não como alvo para salvação, mas sim para satisfação. Então a mensagem é: “você precisa fazer de tudo para ser feliz”. Nesse modelo pós-moderno de vida, vale tudo, menos a valorização do verdadeiro significado da mensagem de salvação.
Nada deve substituir o sacrifício de Jesus na cruz.  A mensagem de Paulo aos Coríntíos foi enfática: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado”. É pelo seu sangue que somos justificados e redimidos de todos os nossos pecados. O escritor aos Hebreus afirma: “…Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb 9.22). O apóstolo Pedro que conheceu bem a ignomínia da cruz de Cristo, afirmou aos irmãos a respeito do sacrifício de Cristo: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça, e pelas suas feridas fostes sarados” (1Pe 2.24).
Sem o sacrifício de Cristo a igreja perde o sentido, o Caminho fica descaracterizado, a neblina das projecções humanas nos guia pelos atalhos sombrios, onde só há confusão e ilusão. 

2.º Comunhão com Deus através da oração. O caminho da comunhão é oração. Verifique se a igreja ora e qual o tipo de oração é valorizada. Porque existem muitas orações estranhas por ai a fora. As orações de Paulo pelos irmãos de Éfeso deveria ser feita com mais intensidade e espontaneidade em nossos dias (Ef 1.15-23; 3.14-21).
Muitas igrejas abandonaram completamente a vida de oração, sobre argumentos frágeis e insustentáveis. Já outras, tem propósitos distorcidos quanto a oração, seja genuflexo, ou de qualquer outro modo.
Jesus tinha uma vida de oração, e deixou claro pelo registro dos evangelistas que ele não tomava decisões sem antes orar. Para escolher seus discípulos por exemplo, retirou-se só e passou a noite inteira em oração (Lc 6.12-16). A Igreja primitiva avançava também sustentada também sobre o fundamento da oração. (At 2.42). Essa mesma igreja tomava decisões sob a regência da oração (At 13.1-3).
A igreja precisa está alicerçada nessa prática, tanto individual como coletivamente. Deve haver incentivo a oração, a pratica da oração, enfim, uma vida constante de oração.
3.º Centralidade das Escrituras. Uma igreja sadia tem sua origem, seus credos, seus princípios, sua liturgia e seus programas, centrados e direcionados nas Escrituras Sagradas. Algumas igrejas se tornam fracas no compromisso com a Bíblia, ficando assim vulneráveis e abertas a todo tipo de idiossincrasias, desequilibradas, oferecendo o superficial, usando de malogro que mais infantilizam do que gera amadurecimento espiritual. A centralidade nas Escrituras privará as pessoas das crendices em sal grosso para espantar mal olhado e inveja, água e rosas ungidas para resolverem problemas, sacrifícios intermináveis que tentam enganosamente substituir ou anular o Sacrifício Eterno (Hb 9.12). Hoje existe um abismo muito grande, deixado pelos ensinos medianos e as vezes controvertidos.
A Bíblia Sagrada oferece ainda, tudo o que o homem necessita para viver nesse mundo e passar por ele triunfantemente. Ela testifica de si: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16).
A igreja está firmada sobre preceitos de sabedoria humana, ou alicerçada e firmada na Palavra de Deus? De onde vem mas diretrizes para a igreja? Abraça aquilo que a Bíblia não se pronuncia e rejeitamos aquilo que a Bíblia rechaça? Uma igreja que procura seguir as Escrituras, não se sustenta em amuletos, figuras, fábulas ou coisas parecidas.
4.º Doutrinas bem definidas. Existe uma crise doutrinária na Igreja atual, crise essa que tem desembocado um rio de miscelânea sincrética de nos deixar assustados. Um outro evangelho é apresentado sem muita resistência. É preciso identificar se a igreja crê no Evangelho ou não. A Bíblia afirma categoricamente que há pessoas que são “contrárias a sã doutrina” (1Tm 1.10).
O que direciona está na última revelação do apóstolo, do bispo, do pastor, da missionária ou sob o crivo das Escrituras? Há muitas coisas estranhas em nossos dias, tais como o que estava acontecendo na igreja de Gálatas a ponto do apóstolo dizer: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7).
Uma igreja sadia tem doutrinas que gera vida no lugar de morte, gerando pessoas sadias, transformadas e cheias de amor, pessoas a imagem de Jesus (Rm 8.29). Como disse Eugene Peterson: “A crença sem amor destrói vidas. A crença sem amor transforma o melhor dos credos em arma de opressão”.
5.º Relacionamentos sadios. É necessário observar se há incentivo para pratica do amor verdadeiro, se as pessoas são encorajadas a viver como irmãos em Cristo. Verifique se na igreja, as pessoas são apenas grupos que vivem competindo entre si, hostilizando-se ou se buscam relacionamentos verdadeiros.
Pessoas que frequentam uma igreja devem aprender a levar as cargas uns dos outros (Gl 6.2), vivendo intensamente o que Cristo nos ensinou: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35).
A igreja não pode se caracterizar como um campo de batalha entre as pessoas, nem como uma maratona onde os competidores querem superar uns aos outros. O que deve haver como primazia é a lei do amor, conforme o apóstolo João disse: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos, quem não ama seu irmão permanece na morte. Qualquer que aborrece seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1Jo 3.14,15).
Não se deixe enganar: você é responsável pelos relacionamentos que são gerados a qual você faz parte. Se há amor, misericórdia, se há compaixão, longanimidade, você é uma das pessoas responsáveis. Todavia, se há contendas, intrigas, sectarismo, divisões, dissensões, você também tem grande parcela de contribuição.
Não há igreja perfeita, mesmo porque todos nós somos estamos sendo transformados e aperfeiçoados em Cristo Jesus, mas é importante identificar o que prevalece dentro de uma igreja.
6.º Deve haver pessoas preparadas para o exercício do ministério cristão. Ninguém deveria brincar de igreja, nem montar um instituição qualquer e colocar o nome de Igreja. Existem instituições que os seus lideres não têm chamado algum, nem qualificação para o exercício do ministério. Jesus nos orientou dizendo: “Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus” (Mt 7.16,17).
Hoje há instituições onde os lideres são tiranos, déspotas que impõem seus preceitos e normas contrárias a Bíblia Sagrada e ainda julgam-se melhores que os outros. Outros são levianos na vida pessoal, em seus negócios e diversas dimensões. Vejam por onde essas pessoas passaram e o legado que estão deixando. Uma coisa era a vida antes de Cristo, manchada por toda sorte de pecados e enganos, outra coisa é, mesmo depois de estar seguindo a Cristo, continuar mentindo, ludibriando, enganando e deixando rastros de morte, cheios de discrepância, caracterizando assim uma vida pós-Cristo e não em Cristo. A Bíblia Sagrada afirma: “Procura apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).
Quantas pessoas despreparadas e fora de posição estão tentando exercer uma chamada que não lhes foram confiadas. Pessoas presunçosas, ensimesmadas e fraudulentas, levando muitas pessoas a perdição e ao distanciamento da verdade. Aos Coríntios Paulo disse: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1Co 4.1,2).
Como carecemos de ministros cristãos verdadeiros em todas as áreas da igreja, pessoas que tenham compromisso com a verdade. Como disse Charles H. Spurgeon sobre os obreiros: “É melhor abolir os púlpitos do que enchê-los de homens que não tem conhecimento experimental daquilo que ensinam”.
7.º Compromisso missionário. Identificar uma igreja pelo sensacionalismo, testemunhos miraculosos, ativismo religioso, entretenimentos, shows gospel, nunca será melhor alternativa. Para encontrar uma igreja sadia em meio a tantas invencionices, tendências superticiosas e crendices é preciso também observar se essa igreja está engajada em levar a mensagem de salvação e esperança aos aflitos. O comprometimento com a grande comissão (Mt 28.18-20), já é um grande sinal que essa igreja pode está indo em rumos certos. Como disse o Dr. Greg Laurie: “É importante observar que, embora aqui Jesus estivesse falando para seus discípulos, esta comissão é dirigida a toda igreja, e não apenas aos pastores, evangelistas e missionários”.
O compromisso de pregar o Evangelho e fazer discípulos, não é apenas para um “grupo” específico da igreja. Ela é para todas pessoas que são comprometidas com o Jesus.
Existe a necessidade de identificar igrejas que não estratifique o Evangelho de Cristo, uma igreja que permaneça perseverando nas Escrituras, mesmo que o pragmatismo esteja cada vez mais convidativo e sedutor.
Bem sei que existem outros pontos relevantes para identificar uma igreja sadia em meio a descaracterização cristã, espero que esses poucos aqui mencionados possam lançar um pouco de luz em meio ao obscurantismo hodierno.
Que o Senhor nos ajude a sermos uma Igreja que carrega em si as marcas de Cristo, a fim de que possamos nos apresentarmos a Ele como “…Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27), cumprindo o propósito de Deus para a nossa geração.
Paz seja convosco!
André Santos

terça-feira, 27 de abril de 2010

A necessidade de se levar Deus a sério

Os tempos são terríveis. O apóstolo Paulo já disse que nos últimos dias, isso sucederia de maneira quase irreversível (2TM 3.1ss). É lamentável ver o que está acontecendo também no meio "cristão". As coisas não tem sido levado a sério e ao que parece, nem Deus tem sido levado a sério.

Os escândalos estão sendo tratados de modo muito banal, e nada é feito para erradicar o mau que se aloja a cada dia em nosso meio.

Igreja virou sinônimo de lucro, por parte de muitos lideres religiosos. O culto, entretenimento para os ávidos por diversão e novos frenesis. A Bíblia, apenas mais um livro para muitos, que não acreditam mais em sua infalibilidade. O Espírito Santo, apenas uma força motora que precisa se invocando na hora de pedir um “avivamento”. Deus, um servo que deve estar pronto para atender os seus “senhores” cheios de caprichos e vaidades. E, o, cabeça da igreja, Cristo? Está esquecido, posto de lado, tratado como algo secundário, que às vezes entra em voga no momento do ofertório.

Mas o que tem acontecido? De fato, apresentaram um outro evangelho para a nossa geração, que o tem abraçado sem discernimento, crítica ou crivo nem de consciência. A ordem é: “O importante é ser feliz”. E, nessa filosofia de vida, que os homens enquadram o Evangelho nos “novos evangelhos”, que descarta Igreja, culto a Deus, Deus, Bíblia, Espírito Santo e o Senhor Jesus Cristo.

Voltemos a simplicidade do Evangelho, a vida em comunidade, exortando, orientando, curando uns aos outros, em amor, ministrando e sendo ministrados, dando proeminência ao Espírito Santo que é o Único que pode nos convencer do pecado, da justiça e do juízo.

Que tal, se a nossa geração levasse Deus mais a sério?

Paz seja convosco!

André Santos

terça-feira, 2 de março de 2010

Deus não te abandona

Um lindo texto escrito pela minha linda esposa...


Paz seja convosco!

André Santos



Jesus foi abandonado para que nós nunca sejamos abandonados. Mesmo quando a sua presença não é perceptível, e nem mesmo a sintamos, Ele está conosco porque independe de nossas emoções, realizações ou expectativas frustradas. Muitas vezes você pode se questionar: "Senhor onde tu estás que não te sinto? Não vejo sua presença, nem mesmo seu agir!" Mas saiba querida que Ele está conosco porque PROMETEU! É a sua palavra, e ela não volta atrás!

"porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei." (Hb 13.5)
"Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28.20)


E é nesta esperança que deve repousar o nosso coração! Fique em silêncio um pouquinho, acalme-se na tribulação ao ouvir a Sua palavra. Ela sussura ao seu coração: "...Não te deixarei"




Não te deixarei... em meio a batalha


Não te deixarei... na hora da solidão


Não te deixarei... quando os amigos te deixarem


Não te deixarei... quando todos falharem


Não te deixarei...quando você mesma falhar!




Esta confiança podemos ter, porque Jesus foi abandonado e rejeitado em nosso lugar. Ele sentiu a nossa dor, o nosso sofrimento, o nosso abandono. Quando Ele exclamou na cruz do calvário: "Eloi, Eloi, lama sabachtani" (Mt.27.46), expressava seu profundo horror em estar se separando de Seu Pai por causa dos pecados que estava carregando, nossos pecados! Foi abandonado. A escuridão foi um símbolo das trevas espirituais, da exclusão absoluta da luz da presença de Deus. Jesus estava ali, sozinho e abandonado por Deus. Foi uma verdadeira separação entre o Pai e o Filho, uma ação volutária de ambas as partes. Jesus sentiu a dor do abandono. Mas seu abandono ali, nos garantiu a presença do Pai, a Sua própria presença conosco, todos os dias!


Hoje em momentos de abandono, ainda que você não sinta, e seu coração queira mentir pra você, acredite: Jesus está com você! Creia em sua doce e terna presença!


Deus te abençoe!


Aline Croce
fonte:[Mulher Cristã]

Entre a inveja e o orgulho

A inveja existe, a própria Bíblia Sagrada afirma isso (Gl 5.21). Ela é chamada de obra da carne. Inveja é definida segundo o dicionário Aurélio como: “Sentimento de cobiça à vista da felicidade, da superioridade de outrem: ter inveja de alguém”.

Apesar da inveja existir, ela não tem esse efeito letal que muitos pensam, sem que haja ações físicas ou algum tipo de ação direta para prejudicar o próximo. Muitos têm um medo assombroso da inveja pensando que ele “pega”, que ela nos joga na cama, por um simples olhar, ou por um simples “querer ser ou estar no lugar de outra pessoa”.

A inveja é uma vilã, porque ela tem dois lados extremamente ariscados. Primeiro, porque a pessoa que sente inveja é inimiga de si mesmo, descaracterizando-se e nunca se sentido suficiente, desprezando o fato que Deus a criou conforme a sua imagem e semelhança. Mesmo dentro de suas limitações, podendo ser o que nasceu para ser, explorando as virtudes que estão dentro de si. Alguns chegam ao extremo de querer eliminar, difamar e acentuar as fraquezas de outros, criando situações constrangedoras.

Por outro lado, tem a pessoa que se sente invejada. Essa pode está cheia de orgulho. O orgulho aparece diversas vezes na Bíblia (Sl 10.4; Pv 21.24; I Tm 6.4; II Co 12.20). Também segundo o dicionário Aurélio, o orgulho pode ser definido como: “Elevado conceito que alguém faz de si próprio. Amor-próprio exagerado, brio, altivez, soberba, ufania”. Tanto a inveja quanto o orgulho aparece na lista dos chamados “pecados capitais”.

Entendo que a pessoa que se sente invejada, sente-se muito boa para alcançar tal condição. Pessoas orgulhosas e altivas, sempre acham que alguém esteja querendo ser elas, pensam que aqueles que se aproximam querem apenas tirar "vantagem" de sua condição de “o/a melhor”. Pessoas assim, estão sempre desconfiadas e com respostas prontas para aqueles que não conseguem lidar com sua soberba, que é: “estão com inveja de mim” ou “queriam ser eu”.

A receita melhor para vencer a inveja e o orgulho é andar no Espírito (Gl 5.16), esse foi o encorajamento que o apóstolo Paulo deu aos Gálatas e continuam ecoando aos nossos dias, à igreja ou a quem quiser endireitar as veredas.

Sejamos simples, lutando para identificar em nós qualquer indício de inveja, assim também como o do orgulho para não sermos vencidos pela nossa arrogância com disfarce de humildade e deixamos que o Espírito Santo controle nossa vida. “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25).

Paz seja convosco!

André Santos

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

É nEle, somente nEle!

Canções assim traz cura para o coração em meio aos caos e a correria da vida. Somente em Jesus podemos descansar e esperar!

Segue abaixo a letra:

É nEle que nos movemos
Vivemos e existimos
É nEle, é nEle
Se amo, falo, choro ou canto
É nEle que tudo acontece
É nEle, é nEle
Batidas do meu coração
Dependem desse Maestro
E até o ar que eu respiro
É Ele mesmo quem me dá
Em volta da mesa com os meus
Celebro com vinho a vida
É Ele quem dá gosto a tudo
Com Ele a alegria sempre está


É nEle que eu descanso
Pois sei em Quem tenho crido
É nEle, é nEle
Fui salvo por Sua Graça
Eu trago comigo esta glória
É nEle, é nEle

Arrasto por onde vou
Correntes de amor eterno
E grito ao universo inteiro
Quem dEle vai me separar?
Silêncio na terra e no mar
Silêncio nos mundos distantes
Pois nada me arranca dos braços
D'Aquele que me amou primeiro

Letra disponível no blog do Stênio Marcius

Paz seja convosco!

André Santos

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Pastores de si mesmos

Infelizmente estamos mergulhados em uma crise de vocação ministerial sem fim. Ser pastor em uma sociedade como a nossa, não é uma tarefa fácil, bem da verdade que se tornou uma árdua tarefa. A nossa geração precisa ter consciência que os desafios que nos são propostos são particulares a nossa geração. Como disse o pastor Luiz Duarte: “Cada geração é responsável pela sua geração”.

Vivemos em dias desafiadores, dias de alta tecnologia, da velocidade de informações, da busca de soluções imediatas, dias onde “nada” é absoluto, mas tudo tem sido levado ao crivo do relativismo. Uma das coisas mais difíceis que há em nossos dias, é encontrar uma igreja autentica, sem o verniz da aparência por cima de um arcabouço cavo, oco. Os pastores sentem-se sem ânimos, vencidos pela modernidade das igrejas tecnológicas, pastores que outrora eram referencias para sua geração, são postos de canto em detrimento das inovações juvenis, alguns até irresponsáveis. Os dias em que vivemos são reflexos do século XXI, um século permeado de desafios.

No meio desses desafios surgem outros, como por exemplo, o de continuar sendo pastor, em uma sociedade que não tem como característica a busca pelo divino, em uma sociedade que é caracterizada pela busca da espiritualidade fora de Deus. A banalização e secularização do sagrado fazem com que as pessoas não valorizem o ministério como algo que acontece por vocação e sim por ambição. Ser pastor, não traz mais cunho de vocação, mas de uma oportunidade para sucesso e fama no meio “gospel”.

A maior desilusão é quando encontramos pastores que abdicaram da verdadeira vocação para com o rebanho de Deus, e passaram a apascentarem a si mesmos. Sim, pastores que fazem das igrejas extensão de si mesmos, onde o apascentar o rebanho de Deus, tornou-se secundário. Isso não é novo, na verdade é uma problemática antiga que contribuiu para o desmoronamento do sistema religioso de Israel, a voz de Deus pôde ser ouvida através do profeta Ezequiel no cativeiro Babilônico que disse: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez 34.2).

Nos tempos onde as crises alçavam altos picos, em um ambiente fértil que germinava nas pessoas a busca pelos seus próprios interesses, o profeta denúncia esse mesmo sentimento no coração dos pastores que haviam abandonado o rebanho e estavam apascentando a si mesmos.

Características dos pastores de si mesmos

O assunto não pode ser tratado de forma simplista, mesmo porque existem muitos pontos a serem considerados, porém, quero destacar aqui pelo menos quatro características que identificam pastores que inclinam-se a apascentar-se a si mesmos.

1. Se preocupam apenas com si mesmos. Existe uma linha muito tênue entre “cuida-te de ti mesmo” e apascentar a si mesmo. Porque a necessidade do cuidado pessoal para a vida é obrigação do obreiro, existem várias exortações bíblicas que nos apontam para esse cuidado, Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (I Tm 4.16), porém, não podemos fazer uma coisa como desculpa para abandonar outra. Há pastores que se preocupam em engodarem-se as custas do rebanho, sem critério algum, causando estragos sem precedentes. É um fato muito triste ver como alguns rebanhos são subjugados e extorquidos, em lugares onde se mercadejam as bênçãos de Deus.

Ultimamente temos visto grandes exemplos através dos pastores midiáticos que tem explorado o rebanho de Cristo sem o mínimo de misericórdia, alimentando seus egos e seus projetos “megalomaníacos”.

2. Abandonam o rebanho. Uma das coisas mais tristes que há é ver como os rebanhos estão abandonados, perdidos e desorientados. Rebanhos sem pastores, rebanhos que são levados de um lado para o outro por ventos de doutrina, buscando algo que possa saciar sua alma, pois os pastores estão demasiadamente ocupados e não podem atendê-los. Jesus lamentou sobre a condição do rebanho de Israel que tinha uma religião bem resolvida e que gozava de certo status junto ao império, quando disse: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36).

Muitas pessoas literalmente abandonadas e aflitas. Muitas vezes, porque a ocupação que parece ser demasiada, nada mais é do que necessidade de parecer importante. Eugene Peterson diz o seguinte:

“Que maneira melhor do que ser ocupado? As horas incríveis, os horários cheios,
e as pesadas demandas no meu tempo provam para mim mesmo – e para todos que
observarem que sou importante”.1

O trabalho pastoral vai muito além dos cultos de domingos, as necessidades são alarmantes, urgentes e imediatas.

3. Usam o rebanho como meio para fins. O rebanho de Cristo é o fim em si mesmo, porque foi por pessoas de todas as tribos, raças e nações que Jesus morreu na cruz e não por projetos que aparentemente viabilizam o alcance de “almas”. Precisamos analisar com temor e tremor as palavras do apóstolo Pedro: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição [...]também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (II Pe 2.1,3). Infelizmente muitos pastores vêem o rebanho como clientes e não como ovelhas, pessoas que buscam O Caminho, e simplesmente, dissimulam a verdade. Uma ocasião um seminarista me perguntou qual era a diferença da administração de uma empresa para administração de uma igreja, e eu respondi com poucas palavras: - “Administrar uma empresa é ver as pessoas como um meio para se chegar a um fim, que é o lucro. E, administrar uma igreja é enxergar as pessoas como o fim em si mesmo”. Porque foi por nós que Jesus morreu. Por isso, devemos usar todas estruturas envolvidas para que vidas sejam alcançadas e trazidas aos pés do Bispo das nossas almas, Jesus.

4. Vivem do rebanho, mas não cuidam do rebanho. Muitos ainda esbarram em uma pergunta antiga: O pastor deve ser remunerado? Acredito que a Bíblia tenha respostas claras para essa questão e reforçando a idéia que sim (I Co 9; II Tm 2.6,7). Mas o fato é que, se vivem assalariados pela obra, devem viver para a obra. E que obra é essa? Cuidar verdadeiramente do rebanho. O Profeta Ezequiel novamente aparece no cenário com a exortação: “Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” ( Ez 34.3).

Infelizmente há pastores que evocam para si direitos especiais, mas que por outro lado não cumprem com o dever, o de apascentar o rebanho de Deus.

Desenvolvendo a vocação com autenticidade

Em tempos assim, é difícil de se identificar qual o modelo de pastor a seguir. Falta-nos referenciais e exemplos a serem seguidos. Pois, hoje, é preciso uma renovação de entendimento para que venhamos a sair da masmorra secularizada em que está mergulhada a nossa geração. Como superar esse momento e reformular em algum nível, alguns modelos pastorais existentes em nossos dias? Como pregando a outros, nós mesmos não venhamos ser reprovados no exercício pastoral?

Em primeiro lugar, é necessário ter em mente que o rebanho é de Cristo. Há uma certa tendência dos pastores sentirem-se donos dos rebanhos, e querer usufruir desse direito para fazer o que bem entender. O escritor Colin S. Smith diz o seguinte:

“...O uso do nome de Deus por líderes espirituais com o intuito de confirmar as
próprias idéias é pura exploração e torna-se uma forma de chantagem espiritual.
É uma ofensa contra Deus e um pecado que ele não considera superficial”.2

Essa é uma tendência que escamoteia o rebanho e leva apodera-se do mesmo. Porém, quando lembramos a nós mesmos que o rebanho é de Cristo, a noção muda, o ministério e a vocação tomam outro significado. O apóstolo Pedro diz: “pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (I Pe 5.2,3). O rebanho foi confiado pelo próprio Jesus Cristo, e jamais podemos querer apropriar-nos dele. Cristo é o Bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Nós podemos construir a infra-estrutura, mas as pessoas, continuam sendo do “...Bispo e Pastor das vossas almas” ( I Pe 2.25).

Em segundo lugar, é preciso desenvolver a chamada por vocação. Poucos pastores têm a certeza da vocação. Muitos foram lançados na arena e deixados ao leu, sem estrutura ou convicção da própria chamada. Outros são abandonados à própria sorte, tendo que lutar, muitas vezes sozinho com dificuldades existenciais esmagadoras. Infelizmente tem crescido o número de pastores que cometem suicídio e que tem desistido de tudo, do chamado e até mesmo da vida. O apóstolo Paulo sabia que para pregar o Evangelho de Cristo e pastorear o rebanho de Deus, tinha que ser vocacionado, e por isso, afirmou dizendo: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

O apóstolo Pedro parou de hesitar em seguir a Jesus e entender qual era sua vocação, não apenas depois do Pentecostes, mas depois que Jesus mirou os seus olhos, e lhe pediu a maior prova de amor que ele poderia demonstrar que era: “apascentando o seu rebanho” (Jo 21.15-17). Um chamado à vocação.

A vocação para o ministério não envolve fracasso profissional em dimensões seculares, projeção publica através do ministério e do rebanho. Não! Mas sim, uma vida de entrega a Jesus, tendo plena convicção que o seu chamado não foi dado pelos homens e sim pelo próprio Jesus, que deu uns também para pastores “...tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos” (Ef 4.12). Tenha consciência que os profetas, apóstolos, bispos, presbíteros e pastores que a Bíblia Sagrada menciona, superaram os mais diversos obstáculos, porque eles sabiam em quem estavam crendo. Para eles, viver era atender a vocação que Deus os confiou, de maneira que de alguns deles, o escritor aos Hebreus confirma: “homens dos quais o mundo não era digno...” (Hb 11.38).

Em terceiro lugar, deve considerar que um dia será chamado à prestação de contas. Nenhum pastor pode ignorar essa verdade, seremos chamados à prestação de contas do rebanho que nos foi confiado. O escritor aos Hebreus diz: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. (Hb 13.17). Já vi muitos pastores fazendo menção desse versículo apenas para exigir submissão e obediência, porém, esquecendo-se que, não passa desapercebido o texto que diz: “...como quem deve prestar contas...”. Essa é uma responsabilidade unânime no ministério pastoral, e que deve ser encarada com zelo e com amor. Foi com essa consciência que o apóstolo Paulo afirmou para os Tessalonicenses que tinha agido como uma mãe e como um pai com a igreja (I Ts 2.7,11).

Por último, é preciso dessecularizar o ministério pastoral. Todos nós sabemos que o ministério pastoral é um oficio espiritual, mas nesse mundo secularizado de hoje, onde muitas pessoas não conseguem enxergar além de uma visão materialista e ultrajante em todas as dimensões, precisamos lembrar que o mesmo Jesus que nos chamou para apascentar, nos chamou para o fazer por uma dádiva espiritual e não secularizada. Todos os instrumentos que utilizamos para o progresso do Evangelho são de grande importância, mas nada pode substituir a cruz de Cristo, de onde vem toda fonte de amor, dedicação sacrificial, entrega e devoção à chamada para apascentar. Precisamos de pastores que realmente conheçam o coração de Deus, como diz a Bíblia Sagrada: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15).

Pastores estereotipados de "executivos" e de “super ungidos” são desnecessários para o rebanho. Um pastor precisa ser gente como seu rebanho, no mesmo arquétipo do próprio Cristo, vivendo como nós, passando a ser um de nós, sem negar a sua essência humana. Já ouvi de pastores que não se misturam com seus rebanhos para não parecer um deles. Isso é um fracasso no ministério pastoral, porque nenhuma liderança que é imposta por ostentação, por falsa impressão será valorizada. Podem até lhe aplaudir, mas no fundo saberão, que não passa de elucubrações humanas.

Que a chamada pastoral seja mais valorizada e que possamos nos aventurar em caminhar nos dedicando à fundo na chamada e na vocação que o Senhor nos tem confiado, atendendo a vocação de apascentar o rebanho de Deus e alcançando respeito diante dos homens como afirmou o apóstolo Paulo: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4.1).

Paz seja convosco!
André Santos

1. PETERSON, Eugene. O Pastor Contemplativo. Editora Textus, p. 28.
2. SMITH, Colin S. As maiores lutas da sua vida. Editora Vida, p. 45.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O tempo...ah o tempo...

Às vezes por falta de discernimento do tempo a gente leva alguns golpes que não esperava. Larry Crab já disse que na verdade, não são as pessoas ou as circunstâncias que nos frustram, nós é que nos frustramos com as nossas expectativas equivocadas que criamos.

Vivemos em um mundo onde as pessoas são valorizadas pelo que tem e não pelo que são. Sinceridade, honestidade e retidão, em uma sociedade como a nossa, são virtudes descartáveis. Quando se valoriza mais os bens de consumo do que pessoas, a sociedade desemboca em processos de barganhas, um sistema opressor que se aproveita dos fragilizados e humilha o abatido.

Fomos ensinados a nos aproximar das pessoas apenas se elas tem algo a nos oferecer. Ninguém quer se aproximar dos marginalizados ou dos excluídos porque eles não tem nada que aparentemente lhe possa oferecer.

O ministério e a vida de Jesus se diferencia exatamente nisso. Jesus de Nazaré procurou viver ao lado de homens e mulheres que pouco tinham para oferecer, ainda mais em uma sociedade caracterizada pelo poder como era a dele. Jesus discerniu o seu tempo, agiu na hora certa, viveu o ministério de forma intensa. Abraçou o desprezado e solitário. Sabia as horas em que devia entrar ou sair, discernia o momento de ir a uma cidade ou se retirar dela. Ele nunca chegou atrasado, ele sabia a hora de deveria chegar.

Estou lutando, insistindo, mas estou aprendendo a não bater em portas que estão fechadas. Estou andando por caminhos novos, a minha mente divaga por caminhos desconhecidos, mas sem pressa de chegar. Estabeleci um novo ritmo, vou passo a passo, procurando seguir o exemplo de Paulo que disse: “...não penso que eu mesmo já o tenho alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para que estão adiante de mim, prossigo para o alvo...”. Procurando discernir o tempo.

Aprendo com o texto excelente de Eclesiastes que afirma:



Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu:
Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar
tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras
e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar
e tempo de jogar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz (Ec 3.1-8).


Vou hesitando, mas vou aprendendo.

Paz seja convosco!
André Santos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um cristão...

Um cristão não se reconhece pelos grandes discursos, mas pelas atitudes.

Um cristão se reconhece não pelo tanto de línguas estranhas que ele fala, mas pelas palavras comedidas, sendo pronto para ouvir e tardio para falar.

Um cristão não se reconhece pela quantidade de versículos que sabe recitar, mas se o Evangelho está produzindo frutos de justiça em sua vida.

Um cristão não se reconhece pela sua fama ou sucesso, mas se ele realmente mostra-se parecido com Jesus.

Um cristão não se reconhece pela desenvoltura nos púlpitos das igrejas, mas sim em ser uma nova criatura.

Um cristão não se reconhece pela habilidade musical, mas sim na sensibilidade de saber que Deus está no ambiente de culto.
Um cristão não se reconhece pelas cicatrizes que a vida lhe produz, mas se conhece pelas marcas de Cristo em sua vida, em seu caráter, em seus valores.

Um cristão não se reconhece pelo conteúdo informativo de seu sermão, mas sim no conteúdo aplicado na própria vida.

Um cristão não se reconhece pelo saber confabular sobre as grandes tragédias da vida, mas sim se este está fazendo alguma coisa para assistir aqueles que estão perecendo em meio a elas.

Ser cristão é ter Cristo em nós, como a esperança da glória.

Paz seja convosco!
André Santos

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ainda podemos sonhar


Jesus entra na história em um período de caos. Os sistemas haviam falhado. A religião que se auto intitulava detentora da voz de Deus estava sufocada pela hipocrisia ensimesmada. Os ideais messiânicos dos judeus eram frágeis, aguardavam um libertador de forças opressoras com armas humanas.

Os gregos buscavam alguém que lhes garantissem a verdade absoluta, alguém que como os seus filósofos lhes desse alguns vislumbres de iluminação. Muitas palavras haviam escritas, mas afinal, o que era verdade dentro do jogo de idéias lançadas sobre todos?

Os romanos, conquistadores e dominadores daquele tempo buscavam um governo tão excelente que tinham a expectativa do homem perfeito para os governar e ditar os rumos das suas glórias sem jamais perder o poder.

Jesus entra na história em um tempo onde os pobres, marginalizados, leprosos, prostitutas, pecadores, são vistos como escória, pessoas que devem ser eliminadas. Não são bem vindos nos banquetes, são privados das festas religiosas e os que ainda podiam se aproximar, eram explorados sem piedade.

Todos suspiravam por esperança, uma esperança libertadora, engajada de valores mais nobres, uma esperança que pudesse tirar a ilusão esquematizada pela religião. Alguém em quem pudessem confiar, sem meias verdades, não mais pensamentos de sábios, mas a Verdade.

A necessidade era de alguém que lhes assegurasse um futuro de um reino onde não tivesse fim, onde os homens pudessem viver em paz, sobre o governo absoluto de um Senhor não déspota, mas um Senhor que governasse pela lei mais poderosa do universo, a lei do amor.

Jesus entra na história e dentro de uma sinagoga em Nazaré ele lê o que está escrito no profeta Isaías, que diz:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4.18-19).

A esperança volta, os pobres, os marginalizados, as prostitutas, os leprosos, os pecadores podem cantar, se alegrar, os povos todos reunidos em uma só voz, podem regozijar, Jesus entrou na história e oferece o que há de mais triunfante para a vida humana. Chegou-se a boa notícia de Deus para todos nós, os presos podem celebrar, pois lhes é proposto a liberdade para amar, sonhar, viver sem amarras, os cegos poderão ver o que há de mais precioso, o Reino de Deus entre os homens, os oprimidos, não precisam viver mais debaixo de sistemas opressores que os dissimulam, é chegado o ano da graça, todos recebem o favor que não merecem, Jesus está na nossa história!

Feliz 2010, Jesus está ai todos os dias oferecendo tudo isso a todos os que desejam a tão grande salvação. Celebre com alegria mais um ano! Ainda podemos sonhar.

Paz seja convosco!

André Santos