quinta-feira, 11 de junho de 2009

Desertos e Agruras da vida

Shalom!

Uma dor, um sentimento de solidão, alguém que partiu e não deu mais notícias, traições, desencantos, tragédias, inimizades, abandono, uma vida cheia de marcas e traumas. Tudo isso nos cercam em nossa jornada, em nossa peregrinação.

Para muitos, essa é a verdadeira realidade da vida. Não pensemos que existam pessoas que não viva apenas assim, porque existe e inúmeras, talvez a maioria das pessoas vivam dessa maneira. Acredito que seja por isso que a mensagem do Evangelho sempre aponta para os fracos, abatidos, desvalidos, quebrantados, desprezados e abandonados. A mensagem Bíblia é muito clara, no que diz respeito a essa estirpe de gente. Deus as ama!

Nesse mundo em que vivemos, não há lugar para o fraco, abatido, para o que não vem de linhagem nobre, pois são fortes os pré-conceitos em diversos sentidos. Quanto à raça, cor de pele, sexo, nacionalidade, credo, descendência familiar, deficiências físicas, etc.

A cada dia o mundo fica mais impiedoso e intolerante com os que sofrem, contrariando os apontamentos bíblicos para uma verdadeira religião. Assuntos como infanticídio crescente entre os índios brasileiros, ainda são tratados de forma secundária, e olha que é um fato milenar. Onde estão os representantes religiosos nessas horas? Ah, já sei, ocupados demais que não podem dar atenção a isso, ou ocupados demais que não podem atender as ovelhas do aprisco, ou ocupados em como enaltecer os seus egos inflamados.

É, somos todos responsáveis, somos todos culpados pelo estado caótico que se encontra o mundo. Porque Deus colocou o homem no “jardim” do Éden para cuidar dele. Como temos sido ingratos. Cresce a religião e nada muda. Os cidadãos do Reino estão tão comprometidos, que não podem ajudar a cuidar do Planeta Terra, afinal de contas, vamos para o céu não é mesmo? Que idéia mais fajuta e sem nexo para fugir da responsabilidade diária. Na verdade, se não olharmos com a ótica Bíblica, vamos continuar cuidando apenas dos nossos egos que está por demais inflamados, e não do próximo, do abatido, do órfão, dos marginalizados.

Sei que pouco posso fazer para mudar determinadas circunstâncias que já estão infectadas em nossos dias, mas acredito ainda que a mensagem do Evangelho seja de fato a única e mais plausível solução para esse mundo que está em rebelião contra Deus. Por isso creio que ainda existe muita esperança para aqueles que buscam respostas em meio a toda essa confusão cósmica.

Deus é o juiz dos fracos, dos abandonados, dos desvalidos, dos desprezados, dos rejeitados, dos indesejados. Isso mesmo. Deus continua amando o que ninguém ama e tendo afeição por aqueles por quem ninguém tem.

Mesmos para os filhos pródigos que se foram, Ele continua à porta, esperando o retorno iminente, a criança, que é decorrente de um ato de estupro, o ancião abandonado no asilo, a mulher desprezada pelos filhos que já se casaram e foram embora, o pobre, os decepcionados, os sobrecarregados. E, essa é a verdade singular no Evangelho de Cristo. Talvez, seja por isso, que a mensagem mais extraordinária do mundo, é para os doentes e não para os são. Para os que não deram certo e não para os que “deram” certo. Foi Jesus quem disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mt 9.12).

Se você é muito bom, e não precisa de ajuda, e suas justiças são o suficiente para lhe garantir uma boa vida e por fim a vida eterna, essa palavra talvez não seja para você. Agora, se você é uma pessoa abatida, sente que as suas mais profundas misérias estão sobre sua realidade de vida, está enfrentando um vale de lágrimas dia e noite, e ainda está passando pelos desertos e agruras da vida, e sente-se o pior dos pecadores, eu posso lhe afirmar que o seu lugar é ao lado de Jesus. Seja bem-vindo ao Reino de Deus! É você quem Deus procura. A despeito de quaisquer coisas, Ele lhe amou e lhe quer bem.

Paz seja convosco!

André Santos

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