Os dias em que vivemos são dias de tensas crises. Fala-se muito em crise financeira, porém, existe uma forte crise existencial que atingiu não somente a nossa existência quanto pessoa, mas também, a nossa existência quanto igreja.
A desconstrução e construção da fé têm acontecido de forma tão conjunta que muitos estão abatidos, achando não haver mais esperança. A bem da verdade é que as máscaras da teologia da prosperidade tem caído, e já não é qualquer um que engole mais os discursos cheios de fantasias e presunções.
A muito, o Pentecostalismo e alguns dos reformados, acabaram cedendo espaço para que muitas aberrações invadissem o Evangelho, fazendo uma mistura terrível e assustadora. Sincretismos religiosos, apetrechos, e tantas e tantas coisas foram sendo empurrados goela abaixo. Hoje, há muitas pessoas frustradas sem conseguir enxergar um palmo à frente na vida espiritual, confundido denominações com o genuíno Cristianismo, pastores com mercadejadores da fé e Jesus com Césares, que davam “pão e circo” para o povo.
Nesse tempo, é bom lembrar o que o apóstolo Pedro escreveu para os irmãos que estavam vivendo dispersos por diversas regiões devido à perseguição aos cristãos por conservarem a fé verdadeira em Jesus enquanto outros adoravam os imperadores-deuses, quando disse: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (I Pe 1.3).
Essa viva esperança mencionada por Pedro é que nos faz conservar na verdade em tempos assim. Mesmo enfrentando tribulações, privações e provações, a esperança, se manifesta de forma mais intensa em tempos assim, de dificuldades e infortúnios.
No outro lado, está uma esperança morta, porque faz com que as pessoas se rendam as chavões da fé, que enganam, aos encantamentos, as fábulas que tem poder momentâneo carregados de eufemismo. Uma esperança morta faz com que as pessoas busquem desesperadamente prosperidade nas mega-campanhas que prometem mundos e fundos em troca de ofertas financeiras exorbitantes. Uma esperança morta faz com que as pessoas vivam o ministério da carne, buscando a satisfação imediata dos seus apetites e das suas cobiças.
Mas Pedro alertou que aqueles que estão enfrentando dificuldades e privações estão para além desses entraves. Sim! Ele disse que Deus nos regenerou para uma “viva esperança”. Essa viva esperança nos faz entender que no meio do caos, Deus continua sendo Deus. Que a semente da autentica fé continua produzindo raízes e frutificando nos corações daqueles que Jesus chamou de “boa terra” (Mt 13.23).
Uma viva esperança tem consciência que a despeito dos mercadejadores da fé, ainda existem profetas de Deus que ousam a clamar nos desertos. Uma viva esperança nos faz lembrar que Jesus não ofereceu privilégios aos seus seguidores e nem prometeu que o seu Reino era daqui. Pelo contrário foi pronto em afirmar: “meu Reino não é desse mundo”. Ele nos ensinou a ressignificar a vida a partir dos princípios do Reino de Deus, um Reino de paz, justiça e alegria no Espírito Santo.
Que nesse tempo onde o vento tem “soprado” sobre a Igreja, possamos manter essa viva esperança ardendo em nossos corações, pedindo que o Espírito Santo nos dê discernimento no meio dos furacões que tem arrastado muitos a uma esperança morta e abraçarem o ministério da carne.
Uma viva esperança será notória naqueles que realmente foram regenerados pelo Deus Pai, de nosso Senhor Jesus Cristo.
Paz seja convosco!
André Santos
Paz seja convosco!
André Santos
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